Já te falaram alguma vez que “as pessoas estão lendo cada vez menos na internet”? Pode até ser que isso esteja acontecendo por uma mudança comportamental, mas, será que os grandes portais estão facilitando a vida de quem quer se informar?
A democratização da informação obrigou os grandes veículos de mídia a repensarem os seus modelos de negócio. No mundo de hoje, dificilmente se justificaria pagar para ter acesso a uma notícia. A oferta é gigantesca e sempre tem um site concorrente que pode te informar sem que você tenha que desembolsar um centavo. Isso vem obrigando os grandes grupos de mídia a aproveitar todo e qualquer espaço em branco que encontrem em suas páginas para abrirem novos espaços publicitários.
Mas, o tiro pode sair pela culatra: quanto mais anúncios em uma página, menos relevância eles têm isoladamente… E mais pesada fica a página… E mais confusa fica a diagramação, a ponto de os leitores perderem o interesse em navegar. Nas versões móveis então, não são raras as vezes em que o leitor se perde entre o conteúdo informativo e o patrocinado ou desiste de tentar ler um determinado texto.
Tomemos como exemplo o site da revista Isto É Gente.
Ao clicar no link de uma notícia, o visitante é levado a uma splash screen preta, com um gigantesco box de anúncios terceirizados do Google Ads. Após alguns segundos buscando uma saída para esta tela claustrofóbica, ele se dá conta que deve clicar no discreto link “pular propaganda“, posicionado no topo da página.
Abre-se a tela da notícia, onde são sobrepostos nada menos que NOVE outros boxes de publicidade do Google Ads, incluindo um anúncio em vídeo. Nesta mesma tela, surge no navegador um alerta perguntando se o visitante quer receber notificações sempre que novas notícias forem publicadas. É a pior decisão que ele pode tomar, pois dificilmente conseguirá desabilitar as malditas pop-ups que surgirão freneticamente dali por diante.
O visitante se dá conta que uma das janelas publicitárias está posicionada sobre a foto que ilustra a notícia, e decide fechá-la. Neste momento, surge um décimo bloco de publicidade bem no topo, deslocando todo o conteúdo para baixo. Ele, então, rola a tela e consegue ler o PRIMEIRO parágrafo da notícia, sendo logo interrompido por um discreto botão “Leia Mais“. Caso não o perceba, verá uma foto relacionada a outra notícia, que nem mesmo publicada no site está. Trata-se de uma publicação patrocinada: aquelas notícias sensacionalistas como: “A casa em que Pelé mora hoje é de cortar o coração“, ou “Ela emagreceu e voltou a usar roupas que não serviam mais” ou “Celebridades que parecem com seus animais de estimação“.
Caso perceba o botão “Leia Mais” e clique nele, o visitante verá mais uma janela de publicidade (a 11ª até aqui) e links para outras notícias publicadas no portal para, aí sim, ter acesso ao SEGUNDO parágrafo da notícia e à 12ª publicidade da página, antecedendo o desfecho.
Daí, após ter se esforçado para ler os TRÊS parágrafos que compõem a notícia, o visitante se dá conta que, abaixo dela, ainda há 80% da página a ser carregada, contendo uma infinidade de posts patrocinados intercalados por janelas de publicidade. Se continuar rolando a tela, cairá no “buraco negro da informação”.
O mais triste é saber que, muitas vezes, todo este esforço comercial é inútil. Cada clique em anúncio do Google rende ao site que o hospeda alguns centavos de Dólar. Será que vale sacrificar qualquer esboço de trabalho jornalístico para inserir mais de uma dezena de anúncios na página? Da mesma forma, cada clique do visitante na maioria das postagens patrocinadas rende ao site outros centavos de dólar. Será que vale à pena arriscar a reputação do veículo e dedicar grande parte da página para divulgar notícias duvidosas, ilustradas por imagens de péssima qualidade?
A página da notícia usada neste exemplo pesa incríveis 5.2Mb, levou mais de 10 segundos para ser carregada, e a quantidade de elementos “pendurados” deixou a navegação arrastada ao extremo. A situação relatada neste artigo pode facilmente ser encontrada em qualquer outro portal de notícias com grande circulação. Oremos para que a equação “informação x publicidade” seja resolvida o quanto antes… Para o bem dos sites, dos anunciantes e, principalmente, dos leitores.
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